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Cascas de frutas cítricas podem ajudar a manter os alimentos frescos por mais tempo e reduzir o desperdício de plástico

Jul 23, 2023Jul 23, 2023

SÃO PAULO, Brazil — Poderia uma simples casca de frutas cítricas ser a chave para manter os alimentos frescos por mais tempo? É isso que pesquisadores no Brasil estão investigando em meio às crescentes preocupações com o acúmulo de resíduos plásticos não degradáveis.

Cientistas da Faculdade de Engenharia Química da Universidade Estadual de Campinas e do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo desenvolveram um filme feito de limoneno, encontrado em cascas de frutas cítricas, e quitosana, substância derivada de exoesqueletos de crustáceos.

“Focamos no limoneno porque o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de laranja [se não o maior] e São Paulo é o principal estado produtor de laranja”, diz Roniérik Pioli Vieira, autor do estudo e professor da FEQ-UNICAMP, em um comunicado à mídia.

No entanto, apesar das promissoras propriedades antioxidantes e antimicrobianas do limoneno, a sua volatilidade representa desafios para aplicações em embalagens de alimentos. Para resolver esta limitação, a equipe recorreu a um derivado do limoneno, o poli(limoneno), conhecido pela sua estabilidade. “Para resolver esse problema, tivemos a ideia de usar um derivado do limoneno chamado poli(limoneno), que não é volátil nem particularmente instável”, explica Vieira.

A quitosana foi selecionada como material base devido às suas origens naturais e propriedades protetoras. A combinação, supuseram os pesquisadores, resultaria em um filme com características bioativas superiores.

Os testes de laboratório envolveram a comparação de proporções variadas de limoneno e poli(limoneno) misturados com quitosana, dada a sua incompatibilidade inerente. A equipe empregou a polimerização, utilizando um composto polar, para aumentar a coesão da mistura. A análise dos filmes resultantes apresentou resultados favoráveis.

“Os filmes com aditivo poli(limoneno) superaram os com limoneno, principalmente na atividade antioxidante, que foi cerca de duas vezes mais potente”, relatou Vieira.

Além da potente capacidade antioxidante, o material também apresentou potencial como bloqueador da radiação ultravioleta.

Apesar das descobertas promissoras, estes filmes não estão prontos para o mercado comercial. Persistem desafios no dimensionamento da produção de plástico à base de quitosana e na otimização do processo de produção de poli(limoneno).

“Nosso grupo está trabalhando nisso. Estamos a tentar demonstrar a multifuncionalidade deste aditivo, de origem renovável”, disse Vieira, acrescentando que também está a explorar as aplicações do poli(limoneno) noutras áreas como a biomedicina.

O estudo foi publicado na revista Food Packaging and Shelf Life.

Sobre o autor

Torturado fã de esportes da Filadélfia, Matt foi anteriormente editor-chefe digital da CBS Philly. Ele trabalha com notícias há 15 anos, incluindo os últimos dez no digital.

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